NARA NAO MORREU! TÁ VIVA NO RENAISSANCE
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| Atriz Zezé Polessa no cartaz da peça Os olhos de Nara |
Por Antonio Serpa do Amaral Filho
Ontem, fui ao Teatro Renaissance com a mana Lúcia Amaral assistir à peça Os Olhos de Nara! Nara, que é Leão, devorou o corpo e a alma da atriz Zezé Polessa, fazendo-a sangrar todas as nuances incrustadas no espírito da grande musa da Bossa-Nova! Muito mais que emocionante, a obra é uma Revista Espiritual que passeia por dentro e por fora da artista como mulher, como fêmea, cidadã, pecadora, criatura transformadora, lutadora e santa a um só tempo!!
Com texto escrito por Miguel Falabella, ninguém sai imune ao espetáculo: todos saem de alma lavada com a ensaboada de vida, de lida e texto que o afresco vernacular faz explodir na cara da gente. Intensa, sensivel, talentosa e vulcânica era a Nara! Inicialmente chamada de desafinada em seu próprio apartamento, onde nasceu a Bossa-nova e era frequentado por Carlinhos Lyra, Roberto Menescal, Ronaldo Boscoli, Nara se impôs ao mundo musical carioca de viola em punho e um magnífico pássaro na garganta! Quando rompeu a bolha do circuito classe média de Copacabana, Zona sul do Rio de Janeiro, tomou consciência da importância do engajamento artístico naquele contexto de opressão da Ditadura Militar. Cantando A Banda, de Chico Buarque de Holanda, tornou-se popularissima no Brasil dos anos 60 e 70, mas seu canto foi além da Bossa-nova e das músicas de protesto, se consagrando como uma das maiores cantoras do país.
No dia 7 de
junho de 89, aos 47 anos de vida, partia Nara Leão vitimada por um maligno
tumor que se alojou em seu cérebro. Não morreu, no entanto. Está vivinha da
silva no corpo, na alma e no esplendor da vida espiritual na pele da atriz Zezé
Polessa, no espetáculo Os Olhos de Nara, no teatro Renaissance, em São Paulo!



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