A lenda do Menino Avoado

 

Por Antonio Serpa do Amaral, Basinho

Deslancha no voo das brumas do imaginário em efervescência de imagens que remontam diálogos do absurdo embutidos no amálgama do real com suas nuances literárias sensitivas, suscetíveis de sensibilidades inventivas e críticas como a voz do rio na calada do seu correr silencioso, gritando em decibéis inaudíveis em meio ao trotar da página histórica em movimento tortuoso e fantástico.

Menino não brinca com fogo, brinca com a luz do luar – já disse um cancioneiro popular! Mas como não brincar com fogo se seu coração de curumim aluado já é em si o próprio sol em explosão de encantamento e humanidades transversas no exercício de um dedo de prosa com os entes da fauna e da flora que permeiam a fantasia transreal do mundo lunático de sua peraltice em combustão de luz e cores, dores, martírios e flores incinerados no apogeu do processo civilizatório ensandecido!?
Inventando a vida e ensinando o canto, a voz do menino toma fôlego no fundo do igarapé em que transbordam prelúdios de sentimentos os mais autênticos e ilibados que ainda lhe restam no recôncavo da alma in natura como a mansidão do remanso do tucunaré cochichando com botos-laranjas e matupiris!
Seja, pois, a voz do encantado menino o retumbar indomável do grito do silêncio em sonoridades desafiadoras ao barulho dos falares do poder em desatino de gananciosos projetos de desenvolvimento urdidos para o nada pelas burocracias ácida e indiferentes às essências que se perdem à toa bem rente e em frente aos totens cujos cultos aos cultos engolem na ideologia de produzir os bens de consumo em desalinho com a verdadeira identidade vocacional da Vida!



Comentários

Postagens mais visitadas