A FARSA DO MAKETING ENGANOSO DO MANIFESTO DOS PRESIDENCIAVEIS DA DIREITA


                                                              



Saudamos a chegada de Altamir Pettersen ao Guaporé Cultural, como colunista político que oferecerá a todos nós  seus comentários, com o olhar de um velho militante comunista, niteroiense,  nascido em 1940. Advogado, formado pela Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense, militante político, desde o Movimento Estudantil. Atuou no movimento Sindical Rural, defendendo trabalhadores rurais pela  Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Rio de Janeiro - FETAG -RJ, e pela  Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura - CONTAG. Atuou também no Movimento Sindical Urbano, nos Sindicatos dos Metalúrgicos de Niterói e Volta Redonda, Químicos de São Gonçalo, e Trabalhadores em Soldagem do Estado Rio de Janeiro. Foi Superintendente do INCRA e recebeu do TST a comenda do Mérito Judiciário do Trabalho. Foi filiado ao PCB e ao PPS.  Interessado no debate sobre questões de interesse da Sociedade Civil, do Estado, da Democracia e das Instituições.


A FARSA DO MAKETING ENGANOSO DO MANIFESTO DOS PRESIDENCIAVEIS DA DIREITA

 

Por Altamir Pettersen

 

O manifesto divulgado pelo sexteto dos presidenciáveis do centro direito peca pela forma, conteúdo e objetivo. O texto documento é mais que cauteloso, é tímido e débil. Faltou coragem ao sexteto, embora afirmem que a democracia é o melhor dos sistemas políticos que a humanidade foi capaz de criar, os signatários do documento não tiveram a coragem de fazer qualquer referência ao governo do presidente Bolsonaro, que, reiteradamente pratica violações a democracia. Além de fraco e tímido, o documento espanca a língua pátria com o uso da palavra “intimidamento”. A principal característica do documento é a ausência. Um documento com a pretensão de defender a democracia e “unir forças políticas no mesmo palanque” deixa de ser amplo quando não conta entre seus signatários com as assinaturas de Guilherme Boulos, Marcelo Freixo, Fernando Haddad, Marina e o ex presidente Lula. A partir dai o documento passa a ser visto como uma manobra de marketing com o propósito não de defesa da democracia, mas uma mera tentativa de sinalizar para a possibilidade de união do centro direita com um candidato único. Possibilidade que jamais será efetivada, pois Ciro Gomes será candidato e somente haverá candidatura única se os demais signatários apoiarem o candidato de Carlos Lupi, que domina o partido pedetista e abandonou o ideário de Leonel Brizola. Outro propósito dos signatários do documento seria a formação de uma terceira via para evitar a polarização Lula X Bolsonaro. Propósito impossível. No Brasil, ao contrario da maioria dos países nunca se concretizou uma identidade partidária a direita. No Brasil não há partido liberal, conservador, de centro ou democrata cristão. No Brasil a disputa partidária e eleitoral se dá entre petismo de um lado e antipetismo de outro. Tem sido assim desde 1989, 1994, 1998, 2002, 2006. 2010, 2014 e 2018. E assim será em 2022. A consciência democrática de Ciro Gomes não o impediu de voar para Paris para não votar contra Bolsonaro no segundo turno de 2018. É bom lembrar ainda que o coronel Ciro Gomes afirmou, na época que Bolsonaro não oferecia risco à democracia. Os demais signatários, João Doria, Eduardo Leite, Luciano Huck, João Amoedo e Henrique Mandetta todos votaram em Bolsonaro contra o PT. Luciano Huck já revelou, em vídeo: “No PT, eu jamais votei e jamais vou votar”. Depois de ler o documento dos presidenciáveis da direita, faço a pergunta a todos, Qual será o voto dos signatários do documento caso o segundo turno de 2022 for disputado entre Bolsonaro contra Lula ou um outro candidato da esquerda.


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